O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, esteve em Japeri, na Baixada Fluminense, nesta segunda-feira (10) e obteve o primeiro contato com o projeto social desenvolvido na região que atende mais de 90 crianças pobres, onde treinam golfe no campo de nove buracos, além de receberem lanche, esforço escolar, tratamento dentário, aulas de etiqueta e comportamento.
O helicóptero que levava o governador sobrevoou todo o campo. Em seguida, os alunos da Associação Golfe Público de Japeri presentearam Cabral com uma medalha, uma camisa, um chaveiro, e um taco. A aluna da AGPJ, Vitória Monteiro, ensinou o governador os primeiros passos no esporte (foto).
O projeto desenvolvido em Japeri faz história no golfe brasileiro. Em 2008 teve seu projeto aprovado na Lei de Incentivo ao Esporte do Governo Federal – sendo a primeira atividade ligada ao golfe a conseguir tal feito. Em janeiro de 2009, Anderson Nunes e Cristian Barcelos, dois alunos da AGPJ, participaram de uma semana de treinamento na David Leadbetter Golf Academy, localizada na IMG Academies, na Flórida. Em abril, Vicky Whyte, presidente da Associação, recebeu uma das maiores ovações no principal evento do golfe mundial, o Working for Golf, realizado em St. Andrews, na Escócia, pela história do campo de golfe no carente município. O projeto, localizado em Engenheiro Pedreira, próximo da Via Dutra foi indicada pelo R&A, como modelo de integração social com golfe e continua sendo o favorito da maior entidade do golfe pelo lado social abrangente e pelos resultados alcançados ao longo dos anos.
O sucesso do campo público percorre o Mundo. Entretanto, mesmo com a excelente visibilidade e perspectiva de melhoras, o Japeri Golf Links corre sério risco de ser destruído por uma estrada do PAC, o programa governamental para a aceleração do crescimento. A estrada do Anel Rodoviário que vai do porto de Itaguaí ao interior do estado do Rio, parte do PAC, está programada para cortar o campo de golfe de Japeri no meio, destruir a sede e o centro de prática.
O Governo do Estado ignorou o projeto técnico apresentado por Vicky, que pleiteou perante o DER e a Concremat uma pequena mudança do projeto original que evitaria a destruição de parte do campo e o assoreamento de um rio do local.
“Minha proposta era de deslocar a demarcação da rodovia por 100 metros ao norte, que evitaria a divisão do campo. Assim áreas já trabalhadas com terraplanagem, plantio, assoreamento de rio com construção de lagos com criação de peixes e plantas aquáticas. Ao fazer este deslocamento a rodovia continuaria a passar por um vale também de propriedade do campo, diminuindo os custos tanto da obra quanto da desapropriação”, explica Vicky, que denuncia: “Somente uma reviravolta poderá salvar o nosso campo”.