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Golfe brasileiro no New York Times

O texto assinado pela agência de notícias Associated Press aborda o crescimento do golfe no Brasil nos últimos anos. Confira a tramatéria traduzida publicada no site da CBG:

No Brasil, golfe é o novo jogo apreciado

Associated Press

Pelé e Ronaldo são heróis de várias gerações de fãs de esporte no Brasil. Tiger Woods pode ser o próximo. O golfe é um dos esportes que mais crescem no país do futebol e brasileiros de todas as idades, rendimentos e classes sociais estão despertando para o esporte, antes jogado apenas pela elite. “O esporte cresceu muito e num ritmo acelerado; é extraordinário como isso vem acontecendo”, diz Álvaro Almeida, presidente da Confederação Brasileira de Golfe. “É o resultado do esforço em fazer o golfe acessível a todos e não só àqueles que têm muito dinheiro.”

Cerca de 25 mil brasileiros jogam golfe com regularidade – um salto grande dos apenas seis mil praticantes em 2000. O aumento do interesse não é limitado aos adultos. “O golfe é um grande alternativa para quem quer tentar um esporte diferente”, diz Danilo Marques, de 13 anos, entre swings em um driving range em São Paulo. “Não é todo mundo que ama o futebol.”

Hoje o Brasil tem 30% mais campos, 40% mais driving range e três vezes mais lojas de golfe do que tinha cinco anos atrás. Mais de 30 projetos para novos campos estão em desenvolvimento pelo país, incluindo um financiado por Donald Trump e projetado por Jack Nicklaus.

O surgimento de novas mídias para o esporte também tem crescido fortemente na nação de 186 milhões de habitantes. A Golf Digest está sendo agora publicada em português, a língua falada no Brasil. Alguns jornais brasileiros também passaram a ter colunistas de golfe. E, pela primeira vez, o PGA Tour está sendo transmitido ao vivo por um canal a cabo. Estima-se que o esporte represente atualmente um mercado de US$ 150 milhões no Brasil. “De forma clara, os brasileiros estão começando a demonstrar interesse pelo jogo”, diz Homero Setti, que recentemente abriu uma loja em um sofisticado endereço de compras em São Paulo. “Mais e mais pessoas querem descobrir o esporte e como jogá-lo.”

O golfe tem cativado atletas de elite, incluindo Ronaldo e Kaká, campeões na Copa do Mundo de Futebol, em 2002; o piloto de Fórmula-1 Rubens Barrichello; e o tricampeão de Roland Garros, o tenista Gustavo Kuerten. Eles estão entre as celebridades mostradas freqüentemente em campos dando suas tacadas. “Isso foi crucial para o crescimento da modalidade no Brasil”, diz Álvaro Almeida. “Quando as pessoas vêem seus ídolos jogando golfe, elas também começam a ficar interessadas no jogo.”

No passado, o acesso ao golfe era restrito aos membros dos mais exclusivos clubes de golfe, onde o título de sócio custa milhares de dólares e só uma mínima fração de brasileiros podem se dar ao luxo de pagar. Hoje, a maioria dos 105 campos do país permitem o acesso a não-membros e, muitas vezes, por preços razoáveis. Uma volta em alguns campos pode ser jogada por US$ 21 e um balde com 50 bolas para treino custa, em geral, US$ 4 ou até menos. Para manter o esporte em crescimento, a indústria do golfe está tentando atrair mais gente jovem.

No primeiro complexo público de golfe do país, o FPG Golf Center em São Paulo, são oferecidas clínicas gratuitas de golfe para crianças. Mais de 300 crianças e adolescentes se integraram ao programa desde 2001, diz o jogador profissional João Batista Rodrigues, que ministra aulas. “O golfe é muito divertido”, diz Verena Galvão, de sete anos, que divide seu tempo fora da escola entre o golfe e o balé. “Eu não pensei que fosse ser tão bom assim.”

Luís Otávio Queiroz Soares, de 13 anos, também converteu-se ao golfe. “Eu costumava jogar futebol, mas o golfe é muito diferente”, diz ele. “Você joga para si mesmo e a qualquer hora.”