O profissional carioca Philippe Gasnier é o nº 1 do ranking dos profissionais brasileiros. Mas isso não é o suficiente para garantir seu visto nos Estados Unidos. Gasnier, que está há três meses sem jogar, agora luta para conseguir seu visto de entrada na América pois precisa se inscrever e treinar para as seletivas do PGA Tour.
O visto de Gasnier já foi negado em 1997, quando o Consulado Americano do Rio de Janeiro julgou o ainda adolescente como um possível imigrante ilegal. Em 2000, Gasnier insistiu no pedido e recebeu com o mesmo passaporte brasileiro um visto de estudante com validade de um ano.
Philippe voltou ao Brasil e virou profissional, começando então a jogar nos Estados Unidos, entrando sempre com seu passaporte francês (pois possui dupla nacionalidade), que dispensa visto. Até que agora em janeiro, ao retornar para os EUA, Gasnier teve sua entrada negada devido ao seu primeiro visto recusado, em 1997.
A alegação é que, em todas as visitas posteriores, ao responder ao formulário de imigração, Philippe marcou a resposta não na pergunta se já tivera visto negado antes e, segundo o agente que o barrou, mentiu.
O golfista Cristobal Orozco, do Teresópolis Golf Club, é ex-consul dos Estados Unidos no Rio de Janeiro e está ajudando Gasnier a desfazer esse mal entendido. Afinal, Gasnier nunca teve visto negado em seu passaporte francês e depois da recusa inicial, obteve visto normalmente no passaporte brasileiro.
Fora a ajuda de Cristobal, o PGA do Brasil, a CBG e a FGERJ se manifestaram e mandaram cartas ao Cônsul Geral dos EUA no Rio, Edmond E. Atkins, onde pedem que ele continue fazendo tudo para agilizar o visto de Gasnier o mais rápido possível. Confira na íntegra a carta do Presidente da FGERJ George Berliner ao Cônsul dos Estados Unidos:
The Honorable
Edmund E. Atkins
Cônsul Geral
U.S. Consulate General
Rio de Janeiro
Sr. Cônsul,
Em nome da Federação de Golfe do estado do Rio de Janeiro (FGERJ) quero expressar meu apoio ao pedido de visto do Sr. Phillippe Benjamin Nilton Gasnier.
Sr. Gasnier, jogador que cresceu no esporte no Rio de Janeiro, é o melhor golfista profissional masculino que Brasil tem no atual momento, e considerado o golfista brasileiro com maior espaço na mídia brasileira.
Trata-se do maior ídolo brasileiro, não só decorrente dos seus ascendentes resultados técnicos nos últimos anos, mas pelo seu perfil pessoal no trato e em suas atitudes com os seus fãs, com os golfistas e com as entidades do golfe brasileiro, que o elevam a um patamar de respeito e apreço.
Gostaria de acrescentar uma característica do povo brasileiro, que certamente V.Sa. já observou: Estamos sempre buscando um ídolo, e este quando identificado é venerado, respeitado e principalmente preservado no seu mais alto grau de patriotismo.
Neste particular, a dificuldade na obtenção do visto vem trazendo grande insatisfação no meio do golfe brasileiro, um público altamente instruído e formador de opinião.
O sucesso dele nos tours profissionais dos Estados Unidos da América é muito importante para fomentar e desenvolver o golfe no Brasil. Esta negativa, que entendemos momentânea e decorrente de um grande mal entendido, o está prejudicando em várias etapas de seu calendário de treinamento e torneios nos EUA.
Certamente o Consulado do Rio de Janeiro compreende a situação dele e já tomou as providências necessárias para corrigir este fato lamentável nas relações de respeito e justiça entre países irmãos.
Assim, queremos somar nossa solidariedade aos seus esforços e pedir que faça o máximo para que Sr. Gasnier possa voltar a competir nos EUA o mais rápido possível.
Atenciosamente,
George Berliner
Presidente Federação de Golfe do Estado do Rio de Janeiro