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Coluna Swing de Guillermo Piernes, nesta sexta, 14 abril

Golfe na noite

O clube Lago Azul promove um torneio de golfe noturno, reavivando uma modalidade que encantou nas poucas oportunidades em que foi realizada no Brasil.
O objetivo do torneio noturno, além de possibilitar uma original e divertida maneira de desfrutar o golfe por parte de sócios e convidados especiais, é arrecadar fundos para que o clube vizinho a Sorocaba adquira novas máquinas de manutenção do belo campo.
“Temos confiança em contar com o apoio das empresas para patrocinar esta nova iniciativa no nosso campo”, disse o presidente Durval Pedroso. O clube executa outros programas inovadores como capacitação para caddies e uma campanha de conscientização para proteger o meio ambiente. O torneio noturno foi programado para a noite de sexta-feira, 3 de junho. Essa modalidade foi realizada anteriormente nos campos de Brasília, São Paulo Golf Club e da Ilha de Comandatuba. O torneio é jogado na noite sem luz artificial, com a utilização de bolas e marcações fosforescentes, o que significa um maior desafio num esporte de alta técnica.
Basicamente é uma experiência lúdica porque os jogadores apenas contam com a luz da Lua e das estrelas para percorrer o percurso. Até lembra a experiência relatada no clássico da literatura esportiva Golf in the Kingdom, quando o grande mestre escocês faz seu discípulo jogar de olhos fechados, para aumentar a percepção através dos outros sentidos e, assim, elevar a confiança na execução do movimento correto para levar a bola rumo ao alvo. Os organizadores já registraram a modalidade e após definir os patrocinadores deverão lançar mais torneios noturnos em outros campos do país. O e-mail de contato para empresas é golfe.corp@globo.com.
Para disputar golfe noturno é necessária uma concentração similar a da execução de um putt, a tacada de grande precisão do esporte. No putting green, equivalente a área pequena do futebol, o equilíbrio emocional é decisivo para embocar ou perder a tacada decisiva. Os Quatro Cavalheiros do Apocalipse no green respondem pelos nomes: Ansiedade, Desatenção, Pressa e Descuido.
A Ansiedade faz que aceleremos o taco ou levantemos a cabeça. A Desatenção faz que nosso foco em lugar de ser o buraco seja também um carro que passa longe ou a caminhada de um outro golfista. A Pressa faz com que executemos o putt antes mesmo de estarmos bem posicionados e relaxados. O Descuido faz com que não seja levada em conta a tênue depressão do terreno ou corte da grama. O resultado do trabalho de todos ou qualquer dos Quatro Cavalheiros do Apocalipse e contundente: erramos o buraco.
O golfista, como mostrou Tiger Woods na sua histórica vitória no The Masters, deve desenvolver a capacidade de visualizar a tacada positivamente. Ou seja, ter a capacidade de imaginar a bola correndo para o buraco até cair nele. O golfista até pode imaginar o som da bola ao cair no fundo do buraco. Se a imaginação for fértil, poderá ouvir as palmas dos seus parceiros, do público. Ao fim das contas, golfe é um jogo. As crianças são mestres nos jogos porque elas permitem que a imaginação os leve mais longe do que a visão.

Confira mais detalhes na Gazeta Mercantil, coluna Swing de Guillermo Piernes.