A Federação Internacional de Golfe (IGF, na sigla em inglês), recebeu esta semana uma proposta que abalou a disputa para definir quem vai ser o design do campo a ser construído no Rio de Janeiro para receber a volta do golfe aos Jogos Olímpicos, em 2016: Jack Nicklaus e Annika Sorenstam, os dois “embaixadores” da campanha que convenceu os integrantes do Comitê Olímpico Internacional a recolocar o golfe na família olímpica, apresentaram uma proposta de desenhar e construir juntos o campo que vai receber o golfe de volta após 104 anos afastado dos jogos.
A lógica é simples. Como está decidido que as competições masculina e feminina do golfe nos Jogos do Rio, em 2016, vão ser jogados no mesmo campo, Nicklaus e Sorenstam querem construir o percurso junto, buraco a buraco, cada um pensando nas dificuldades do traçado a partir do local de saída e perspectiva do jogo de mulheres e homens, que são diferentes.
Concorrência – “É uma parceria muito funcional”, defende Nicklaus. “Espero que possamos chegar a um acordo”. A idéia é ótima, mas o problema é a concorrência. Desde o início do ano, uma dúzia de arquitetos de ponta já estiveram no Rio de Janeiro visitando a área anexa à Riserva Uno, na Barra da Tijuca, que está quase confirmada para receber o golfe olímpico. São nomes como Gary Player, Nick Faldo e Arnold Palmer, todos querendo assinar o campo que vai entrar para a história do golfe.
Para Nicklaus, como não existe um campo público no Brasil, é imperativo que o campo olímpico seja aberto à população e fique como um legado para a cidade e o país. “Mesmo que ele esteja num resort”, diz Nicklaus, que já canta vitória. “Ficarei surpreso se eles (A IGF) não nos escolherem”, aposta.
Links – Nicklaus, cuja equipe de arquitetos já esteve visitando a Riserva Uno, explica que ele e Sorenstam vão colaborar na estratégia de cada buraco, ele a partir do tee dos homens, e ela do das mulheres, de forma a tornar as duas competições igualmente desafiadoras. Mas existe um problema adicional para a escolha da dupla: a área da Riserva Uno, ao lado de uma área de preservação ambiental e de um manguezal, quase que exige um campo tipo links, o que não é bem o estilo dos dois arquitetos. O campo links também seria de manutenção mais fácil e mais barata para o Brasil manter depois dos jogos.
A Nicklaus Design tem 341 campos desenhados, construídos e em operação em 34 países, com Nicklaus diretamente envolvido no desenho de 271 desses campos e garante que pode atender a IGF com a urgência necessária pois o campo tem que estar pronto e jogável em 2012, prevendo-se dois anos de maturação antes de receber as grandes competições que vão servir de teste final para o percurso, a partir de 2015.
Executivo – David Fay, o representante da USGA na IGF, diz que a escolha do arquiteto é urgente, mas que primeiro é necessário definir quem seta o diretor executivo da entidade para comandar o processo, o que deverá acontecer até o final do ano. Ty Votaw, vice-presidente executivo do PGA Tour vem cuidando disso até o executivo ser contratado. Ele diz que dois locais vem sendo considerados para a construção do campo olímpico e que o processo de escolha ainda está no início.
Fay lembra ainda que a IGF pode escolher o arquiteto, mas que será o comitê organizador do Rio quem vai pagar os custos, da mesma forma que paga a construção de estádios ou arenas em outros esportes. “Quando você recebe uma proposta de dois membros do Hall da Fama, ela merece muita atenção”, diz Fay. “Mas ainda há muita coisa a considerar”, pondera. Uma delas é não americanizar o processo. “Esse é um jogo internacional”, lembra o dirigente.
Fonte: Portal Brasileiro do Golfe